02/04/2009

A FÉ E A PRECE

Há duas forças poderosas com as quais facilmente movimentamos as reservas fluídicas que o Senhor pôs à nossa disposição.
Estas duas forças, tanto mais potentes quanto mais manejadas, são a fé e a prece.
A fé deve ser uma fé racional, isto é, devemos saber por que é que temos fé.

A fé racional se adquire pelo estudo das leis divinas, consubstanciadas no Evangelho e nos ensinamentos do Espiritismo.
Ter fé é ter confiança em Deus; é saber que velando por nós, amparando-nos e protegendo-nos está a Providência Divina.
Ter fé é entregar o nosso destino ao Pai que está nos céus, certos de que tudo que ele nos der, dores e alegrias, pobreza e riqueza saúde e doença, tudo é para nosso bem; porque tudo servirá para o aperfeiçoamento de nossa alma.
Ter fé em Deus é ser resignado na adversidade e humilde na prosperidade.

Ter fé é ter a certeza absoluta de que nada de mal sucederá, se Deus não o permitir; e se ele permitir que nos sobrevenha algum mal é porque o merecemos; se não o merecêssemos o mal não nos atingiria.
A fé é uma força de atração: atrai sobre nós o socorro divino e ajuda-nos a socorrer aqueles que solicitarem o nosso auxílio.
A prece é um ato de fé. Pela prece adoramos a Deus, agradecemo-lhe os favores que nos faz continuamente e pedimo-lhe o de que necessitamos.

A prece nos liga a Deus.
Quando oramos, nosso pensamento, como um raio luminoso, projeta-se pelo infinito e vai tocar as regiões de luz de onde nos chegam as bênçãos do Senhor.
A prece desenvolve, aumenta e fortifica a nossa fé.
A fé depende da prece e a prece depende da fé; é impossível separar uma da outra.
A verdadeira prece se caracteriza pelos seguintes pontos: deve ser feita com carinho e
amor; deve ser um impulso espontâneo de nosso coração.

Orar apenas com os lábios nada significa; devemos sentir a nossa prece; é preciso que vivamos de acordo com ela; orar de um modo e viver de outro é próprio dos hipócritas.
Se pedimos ao Senhor que perdoe os nossos erros, devemos nós também perdoar os erros dos outros.
Se pedimos ao Senhor que nos livre do mal, é nosso dever não praticar o mal.

Se oramos ao Senhor que não nos deixe cair em tentação, precisamos resistir a todas as tentações, quando elas se apresentarem em nossa vida.
Se rogamos ao Senhor que nos dê o pão nosso de cada dia, providenciemos para que não falte o pão a nossos irmãos menos favorecidos, uma vez que isso esteja ao nosso alcance; porque a lei é esta: - Aquilo que quiserdes para vós, isso mesmo fazei-o aos outros.
Façamos nossa prece diária; depois vivamos o resto do dia de modo tal que nossos atos, palavras e pensamentos sejam uma glorificação ao Senhor.
Para que a prece não se torne monótona e quase que automática pelo hábito, procuremos um motivo para orar; é preciso que a prece tenha um objetivo.
É facílimo encontrar motivos para nossas orações diárias; basta repararmos ao nosso derredor
e em nós mesmos; por exemplo: sabemos que há discórdia em uma família? oremos para que a concórdia volte a reinar em seu seio;

há doenças em um lar? Oremos para que lhe volte a saúde;
há alguém em dificuldades? oremos para que as possa vencer;
um irmão desencarnou? oremos para que o Senhor lhe conceda a compreensão de seu novo estado;
descobrimos em nós um defeito? Peçamos ao Senhor que nos ajude a corrigi-lo;
temos vícios? roguemos ao Senhor que nos conceda as forças e a boa vontade para ficarmos livres deles.
Assim, todos os dias podemos arranjar nobres motivos para dirigirmos ao Senhor nossas preces.
E quando tivermos desenvolvido dentro de nós a fé viva e racional e aprendido a orar com o coração, seremos felizes e nos transportaremos aos planos superiores da espiritualidade.


(De “A mediunidade sem lágrimas”, de Elizeu Rigonatti)