31/05/2009

O "NÃO" E A LUTA

“Mas seja o vosso falar: sim, sim; não, não.” – Jesus. (Mateus, 5:37).

Ama, de acordo com as lições do Evangelho, mas não permitas que o teu amor se converta em grilhão, impedindo-te a marcha para a vida superior.
Ajuda a quantos necessitam de tua cooperação, entretanto, não deixes que o teu amparo possa criar perturbações e vícios para o caminho alheio.
Atende com alegria ao que te pede um favor, contudo não cedas à leviandade e à insensatez.
Abre as portas de acesso ao bem estar aos que te cercam, mas não olvides a educação dos companheiros para a felicidade real.
Cultiva a delicadeza e a cordialidade, no entanto, sê leal e sincero em tuas atitudes.
O “sim” pode ser muito agradável em todas as situações, todavia, o “não”, em determinados setores da luta humana, é mais construtivo.
Satisfazer a todas as requisições do caminho é perder tempo e, por vezes, a própria vida.
Tanto quanto o “sim” deve ser pronunciado sem incenso bajulatório, o “não” deve ser dito sem aspereza.
Muita vez, é preciso contrariar para que o auxílio legítimo se não perca; urge reconhecer, porém, que a negativa salutar jamais perturba.
O que dilacera é o tom contundente no qual é vazada.
As maneiras, na maior parte das ocasiões, dizem mais que as palavras.
“Seja o vosso falar: sim, sim; não, não”, recomenda o Evangelho.
Para concordar ou recusar, todavia, ninguém precisa ser de mel ou de fel.
Bastará lembrarmos que Jesus é o Mestre e o Senhor não só pelo que faz, mas também pelo que deixa de fazer.

pelo Espírito Emmanuel, Médium: Francisco Cândido Xavier. Do livro: Pão Nosso

O Hóspede

Quando você se prepara, a fim de receber um hóspede estimado em seu reduto doméstico, organiza o que lhe é possível e da melhor maneira, de modo a oferecer o que guarda de bom, de mais especial. Por isso, alimpa e aromatiza o seu lar;
enfeita suas peças com flores risonhas;
faz silêncio para não perturbar-lhe o repouso, não permitindo o alvoroço ao redor, através de observações cuidadosas;
desdobra-se nas atenções devidas aos alimentos a servir;
substitui as expressões do seu vocabulário trivial por outras mais polidas e agradáveis; não há gritos, nem semblantes carregados.
Tudo se torna envolvimento carinhoso para que seu hóspede esteja à vontade em seu lar.

Irmão-amigo, há um Hóspede ansioso por penetrar-lhe a casa interna, para levar-lhe felicidade.
Há alguém que tem caminhado de um para outro lado, nas calçadas de sua vivenda emocional, diariamente, insinuando-se para que você tome a iniciativa de convidá-Lo.
Com certeza, Ele conhece-lhe o íntimo atormentado, os sentimentos feridos, a alegria ansiosamente buscada, a saúde esperada, as esperanças acalentadas... Ele há de ter-lhe seguido nos corredores da solidão, quanto na algaravia da qual não participa em virtude de conduzir o coração amargurado e triste.


Quem sabe, ainda hoje, você O possa convidar?!
Inicie a higienização das peças interiores de sua alma, coloque perfumes em sua casa íntima, envolva cada compartimento interno com o necessário silêncio para que Ele se faça o mais suave Hóspede da sua vida, dela jamais, então, se apartando.


De quem se trata? Por ventura ainda não se apercebeu que lhe estou falando de Jesus? Convide-O, pois, sem mais demora, e hospede-O para sempre!

Livro: RosângelaRosângela Costa Lima & J. Raul Teixeira


Ao Amanhecer


Dia novo, oportunidade renovada.
Cada amanhecer representa divina concessão que não podes nem deves desconsiderar.
Mantém, portanto, atitude positiva em relação aos acontecimentos que devem ser enfrentados:
otimismo diante das ocorrências que surgirão;
coragem no confronto das lutas naturais;
recomeço da tarefa interrompida;
ocasião de realizar o programa planejado.
Cada amanhecer é convite sereno à conquista de valores que parecem inalcançáveis.
À medida que o dia avança, aproveita os minutos sem pressa nem postergação do dever.

Não te aflijas ante o volume de coisas e problemas que tens pela frente.
Dirige cada ação à sua finalidade específica.
Após concluir um serviço, inicia outro e, sem mágoa dos acontecimentos desagradáveis, volte à liça com disposição, avançando, passo a passo, até o momento de conclusão dos deveres planejados.

Não tragas do dia precedente o resumo das desditas e dos aborrecimentos.
Amanhecendo, começa o teu dia com alegria renovada e sem passado negativo, enriquecido pelas experiências que te constituirão recurso valioso para a vitória que buscas.


Livro: Episódios Diários Joanna de Ângelis & Divaldo P. Franco

26/05/2009

Suportar o inevitável

Eu poderia suportar todos os males que a vida me impusesse, menos uma coisa: a cegueira. Isso jamais eu poderia aguentar.

Estas foram palavras do famoso novelista e dramaturgo americano, Booth Tarkington, vencedor do prêmio Pulitzer.

Cada um de nós poderia então questionar: dos males, das provas da vida, qual seria aquela ou aquelas que não suportaríamos?

Todos temos limites e medos é certo. Então, até quando, ou, até o quê podemos, cada um de nós, suportar?

O Sr Tarkington viveu uma experiência muito especial neste sentido.

Um dia, quando já estava com seus sessenta e poucos anos, olhou o tapete que cobria o assoalho.

As cores estavam confusas, opacas. Não podia distinguir o desenho.

Foi a um especialista. Soube então da trágica verdade: estava perdendo a vista. Um olho já estava quase inutilizado; o outro seguia o mesmo caminho.

Acontecera-lhe o que ele mais temia.

E como foi que Tarkington reagiu diante do pior dos desastres? Será que pensou: Aí está! Eis o fim de minha vida...

Não, absolutamente. Para sua própria surpresa, sentiu-se quase alegre. Lançou mão até mesmo do seu senso de humor.

Pequenas manchas flutuantes perturbavam-lhe a visão, passavam-lhe pelos olhos e impediam-no de ver.

Contudo, quando a maior delas passava pelos olhos, costumava dizer:Olá! Lá está o vovô de novo! Para onde será que vai nesta bela manhã?

De que modo poderia o destino dominar tal Espírito? A resposta é: não poderia de maneira nenhuma.

Quando a cegueira total o envolveu, ele comentou: Verifiquei que podia suportar a perda de meus olhos exatamente como o homem pode suportar qualquer outra coisa.

Se perdesse todos os meus cinco sentidos, sei que poderia viver dentro da minha mente, pois é através do cérebro que vemos, e é nele que também vivemos, quer saibamos disso ou não.

Na esperança de recuperar a vista, submeteu-se, nos anos seguintes, a mais de doze operações, delicadas, incômodas.

Revoltou-se, por acaso, contra isso? Não. Sabia que isso precisava ser feito. Compreendia que não lhe era possível escapar de tal contingência. Aceitava tudo com extrema dignidade.

Recusou o quarto particular que lhe reservaram no hospital e foi para uma enfermaria comum, onde pudesse estar em companhia de outras pessoas que também sofriam reveses.

Quando teve que se submeter às repetidas operações, procurava se lembrar do quanto era afortunado:

É maravilhoso! É maravilhoso ver-se como a ciência pode agora realizar operações numa coisa tão delicada quanto os olhos humanos!

Muitos outros, passando por tudo que ele passou, teriam se transformado em trapos humanos e desistido de tudo, porém, Tarkington mostrou que é possível, que é sempre possível suportar o inevitável.

* * *

Suportar o inevitável significa ter resignação, esta aceitação do coração ao que a vida nos impõe pelas leis naturais do Universo.

Sabendo que Deus é soberanamente justo e bom, e que Suas Leis são perfeitas, não há o que temer.

Os fardos que carregamos sempre são proporcionais à nossa capacidade de suportá-los.

Os fardos sempre nos fazem mais fortes, mais esclarecidos e maduros, quando suportados com resignação e coragem.

Redação do Momento Espírita com base no cap. 9 do livro Como evitar preocupações e começar a viver, de Dale Carneggie. ed. Companhia Editora Nacional

19/05/2009

PERANTE OS PROBLEMAS MATERNAIS

As nossas irmãs que se fizerem mães, juntamente com os seus filhinhos, atrairão sempre a assistência do Alto, na caminhada redentora.
Quanto às nossas tarefas de mãe, prossigamos confiando na Infinita Bondade de Jesus, que nunca nos abandona.
Conservemos a firmeza de atitudes, revestindo o nosso carinho maternal de Amor Puro e guardando a certeza de que Jesus nos sustentará.
Sustentemos a calma por clima constante no coração.
O ministério de mãe- redentora tarefa de alegrias e angústias – prosseguirá amparado por muitos Amigos da Esfera Superior.
Marchemos ao encontro da vontade de Jesus e Jesus virá ao encontro da nossa.
Sob os testemunhos do amor materno, não faltará o socorro do Senhor.
Sigamos ao encontro de nossa luta, guardando a certeza de que a Bênção de Jesus estará conosco.
O sacrifício das mães é a bênção maior dos filhos.
Ajudemos, como sempre, aqueles que o Senhor nos concedeu aos braços amorosos por brilhantes a burilar.
A hora porém é de resistência moral e de novos testemunhos de fé, porquanto o carinho maternal, embora sempre ao lado dos filhos em dificuldades, não poderá eximi-los das suas responsabilidades naturais.
As forças maternais serão sempre renovadas, na missão redentora, pelos Amigos Espirituais constantemente a postos.
Quanto possível, evitemos acréscimo de preocupações em benefício de nós mesmos.
Auxiliemos aos filhos, quanto se nos faça possível, guardando sempre uma posição digna e tranqüila, na certeza de que o amparo do Senhor não nos faltará.
Só assim as nossas atitudes estarão em harmonia com os nossos deveres maternais.
Amigos da Espiritualidade Superior dispensam assistência habitual em favor da manutenção da paz, na solução dos inquietantes problemas que afligem o coração materno.

Do livro: Apelos Cristãos, pelo Espírito Bezerra de Menezes. Médium: Francisco Cândido Xavier.

17/05/2009

Hereditariedade Moral


HEREDITARIEDADE MORAL
Frequentemente, os pais transmitem aos filhos a parecença física.
Transmitirão também alguma parecença moral?
Não, que diferentes são as almas ou Espíritos de uns e outros. O corpo deriva
corpo, mas o Espírito não procede do Espírito. Entre os descendentes das raças
apenas há consanguinidade. Questão 207 de O Livro dos Espíritos.
Vários provérbios ressaltam a ideia de que os filhos reproduzem defeitos e qualidades dos pais:
Tal pai, tal filho...
Filho de peixe, peixinho é...
Quem sai aos seus não degenera...
Filhos de gatos, ratos mata...
Filho de burro pode ser lindo, mas um dia dá coice...
Bem, depende do ângulo em que observamos o assunto.
Quanto à estrutura física é notório que funciona a hereditariedade. Filha de pais obesos dificilmente será manequim. Filho de pais magérrimos terá poucas chances de ser lutador de sumo.
Há, também, certo peso hereditário determinando o quociente de inteligência. Pais de QI elevado guardam melhores chances de gerar filhos inteligentes. Pesquisas demonstram isso.
Aqui é preciso levar também em consideração o nível social. Indivíduos de QI elevado obtem maior sucesso profissional, garantindo razoável estabilidade econômico-financeira. Consequentemente seus filhos serão bem nutridos, terão melhores escolas, cuidados médicos adequados, vida mais saudável, opções numerosas de esporte e lazer. Tudo isso favorece o desenvolvimento intelectual.
Imperioso recordar sempre, no estudo da reencarnação, que o Espírito subordina-se às possibilidades do corpo que lhe serve às experiências humanas, como um corredor de Fórmula Um está sujeito às potencialidades de sua máquina. Ayrton Senna, ás do automobilismo mundial, afundaria em ostracismo sem um carro de tecnologia de ponta.
Um gênio da Espiritualidade terá imensas dificuldades em mobilizar seu potencial num corpo subnutrido desde a gestação.
Isso é claramente demonstrado nas experiências com adoção. Filho de favelados humildes, paupérrimos, é adotado por família rica, ainda recém-nascido. Recebe desde logo o que há de melhor em nutrição e cuidados médicos. O confronto deste bebê, na idade adulta, com um irmão que permaneceu na favela, revelará sensível diferença em favor do primeiro.
O mesmo não se pode dizer quanto à moral.
Não herdamos a bondade ou a maldade, o altruísmo ou o egoísmo, o vício ou a virtude de nossos pais.
Esses valores não estão impressos nos genes, nem se condicionam à estrutura ou desenvolvimento.
Constituem patrimônio do Espírito.
Há, sem dúvida, também aqui, a influência do meio. A criança é sensível aos exemplos que recebe, ao pressionamento do ambiente em que vive.
Mas é uma influência relativa, mesmo porque a evolução moral opera-se de dentro para fora, a partir da disposição íntima do indivíduo em lutar contra suas imperfeições e deficiências.
Por isso os filhos revelam suas próprias características, eminentemente pessoais, sua maneira de ser, não raro em oposição ao lugar em que vivem e aos estímulos que recebem.
A melhor demonstração disso está no próprio lar.
Numa família de cinco filhos, com os mesmos pais, o mesmo ambiente, os mesmos cuidados, sob as mesmas condições, são todos diferentes entre si, como os dedos da mão.
Há um carinhoso; outro que é muito agressivo.
Há o que não gosta de mentir; outro que se destaca por ser amigo do engodo.
Há o fascinado por sons estridentes; outro que prefere música suave.
Há o ávido por aventuras amorosas; outro extremamente comedido no relacionamento afetivo.
Entre pais e filhos, a mesma antítese.
Exemplo marcante: Marco Aurélio e Cômodo.
Marco Aurélio, o mais virtuoso e sábio dos imperadores romanos, imortalizado por seu amor à filosofia e às letras.
Cômodo, seu filho, teria passado anônimo pela História, não fora o lamentável destaque para sua crueldade e devassidão.
A moral, portanto é a carteira de identidade do Espírito, dando-nos conta de que ele é filho de si mesmo, de seus patrimônios íntimos, de suas experiências pretéritas, revelando-nos o estágio de evolução em que se encontra.
Noutro dia, referindo-se a uma família onde pais e filhos têm comportamento imoral, sempre dispostos a lesar o semelhante, um amigo comentava:
— É tudo farinha do mesmo saco.
Realmente, isto pode acontecer, não por herança moral ou mera influência ambiente, mas por afinidade.
Uma família de bandidos é constituída por Espíritos que tem essa tendência.
Uma família de gente honesta e digna integra Espíritos do mesmo porte.
Há, ainda, a “ovelha negra”, um filho degenerado, de comportamento inconsequente e vicioso, no seio de uma família ajustada. Espírito atrasado que foi acolhido com o propósito de ser ajudado em seu aprendizado.
O inverso também acontece: uma “ovelha branca” entre marginais. Espírito evoluído numa tarefa sacrificial em favor dos familiares.

Algo semelhante ocorre em relação à vocação, ponta visível de nosso universo íntimo, sem subordinação a fatores hereditários ou ambientes.
Desde a mais tenra infância a criança revela tendências e habilidades relacionadas com determinada atividade que, não raro, surpreendem os adultos.
Se houvesse uma escola para os pais uma disciplina seria indispensável: como ajudar os filhos a seguir suas inclinações, no indispensável casamento entre vocação e profissão.
Quando isto não ocorre, temos verdadeiros desastres:
Maus médicos que seriam excelentes fazendeiros.
Maus advogados que seriam ótimos músicos.
Maus administradores que se dariam bem melhor como operários.
Diz Gibran Khalil Gibran, em “O Profeta”:
Vossos filhos não são vossos filhos.
São os filhos e as filhas da ânsia da Vida por si mesma.
Eles vem através de vós mas não são de vós.
E embora convivam convosco, não vos pertencem.
Jesus diz algo semelhante no famoso diálogo com Nicodemos, quando proclama:
O Espírito sopra onde quer; tu lhe ouves a voz, mas ignoras donde ele vem e para onde vai...
Os dois textos aplicam-se à concepção reencarnacionista, dando-nos conta de que os filhos trazem suas próprias aptidões e senso moral.
Podemos e devemos auxiliá-los a desenvolver para o Bem esses valores. Para isso estão juntos de nós.
Consideremos, contudo, que chegará o momento em que seguirão seus caminhos. Então, aprenderão com seus próprios erros e crescerão com seus próprios acertos.


(De “Quem tem medo dos Espíritos?”, de Richard Simonetti)

03/05/2009

NO TRATO COM OS OUTROS

"A origem do mal reside no egoísmo e no orgulho; os abusos de toda espécie cessarão quando os homens se regerem pela lei da caridade."Alan Kardec (E.S.E. Cap.XVI ltem X).

Conserve a paciência com aqueles que não aplicam a solicitude no trato com você. Recorde que a enfermidade pode estar a minar-lhes o organismo.
Quando alguém admoestá-lo, mesmo injustamente, silencie e desculpe.
Deixe, que a vida se encarregará de colocar os pretensiosos em seus devidos lugares.
Se a intriga dificultar-lhe os bons propósitos, não lhe confira a honra de sua revolta.
Quase sempre o intrigante é colhido nas malhas da rede que tece.
Procure entender a explicação deficiente que o amigo lhe dá.
Ele não dispõe de melhores recursos de expressão.
Quando convidado a opinar em assunto que desconhece, afirme sua ignorância sobre o caso. Melhor é apresentar-se com simplicidade do que informar erradamente.
Se o interlocutor, magoado com a força de seu argumento, deixa bruscamente o tema da palestra, cale e desculpe-se.
É provável que ele não se encontre preparado para a lógica das argumentações seguras.
Insista no auxílio, mesmo que este seja feito com o silêncio de sua intenção superior.
O recalcitrante é infeliz pela própria organização nervosa que lhe aciona a vida.
Quando constrangido a arbitrar entre discutidores, a melhor posição é a humildade.
Cada antagonista conta com a certeza da vitória para a opinião que defende.
Passado o calor do debate, exponha com naturalidade seu pensamento.
Se a informação solicitada demorar em ser atendida, guarde calma e repita o pedido.
Talvez seu interpelado seja surdo.
Há comezinhos incidentes no trato com os homens que, evitados, realizam a paz em todos os corações.
Cultive a confiança, na serenidade, e caminhará com segurança, no trato com os outros.


pelo Espírito Marco Prisco - Do livro: Glossário Espírita-Cristão, Médium: Divaldo Pereira Franco, 4a edição. Salvador, BA: LEAL, 1993.