29/08/2010

A lição da suplica

Certa noite, o Chico alquebrado pelos obstáculos orava, antes do sono, rogando a Jesus múltiplas medidas e soluções para os problemas que o apoquentavam.

Mais de quarenta minutos já havia empregado no petitório, quando lhe surgiu dona Maria João de Deus que lhe falou, bondosa:

- Meu filho, faça suas orações, porque sem a prece não conseguimos a renovação de nossas forças espirituais, entretanto, não será por muito falar que você será atendido...

- Então, como devo fazer em minhas suplicas? – perguntou o médium desapontado.

- Você sabe que Jesus também pede alguma coisa de nós... – disse o espírito materno.

- Sim, Nosso Senhor recomenda-nos humildade, paciência, fé, bom ânimo, caridade e amor ao próximo no cumprimento de nossos deveres.

- Pois, façamos o que Jesus nos pede e Jesus fará por nós o que lhe pedimos. Está certo?

E o Chico recebendo a lição aprendeu que orar não é falar e mover os lábios, indefinidamente.

Livro: Lindos casos de Chico Xavier – Autor: Ramiro Gama

Tristeza que fere

O homem chegou em casa, naquela noite, trazendo o mau humor que o caracterizava há alguns meses. Afinal, eram tantos os problemas e as dificuldades, que ele se transformara em um ser amargo, triste, mal-humorado.

Colocou a mão na maçaneta da porta e a abriu. A luz acesa na cozinha iluminava fracamente a sala que ele adentrou. Deteve o passo e pôde ouvir a voz do filho de seus quatro anos de idade:

Mamãe, por que papai está sempre triste?

Não sei, amor, respondeu a mãe, com paciência. Ele deve estar preocupado com seus negócios.

O homem parou, sem coragem de avançar e continuou ouvindo:

Que são negócios, mamãe?

São as lutas da vida, filho.

Houve uma pequena pausa e depois, a voz infantil se fez ouvir outra vez:

Papai fica alegre nos negócios?

Fica, sim, respondeu a mãe.

Mas, então, por que fica triste em casa?

Sensibilizado, o pai de família pôde ouvir a esposa explicar ao pequenino:

Nas lutas de cada dia, meu filho, seu pai deve sempre demonstrar contentamento. Deve ser alegre para agradar o chefe da repartição e os clientes. É importante para o trabalho dele.

Mas, quando ele volta para casa, ele traz muitas preocupações. Se fora de casa precisa cuidar para não ferir os outros e mostrar alegria, gentileza, não acontece o mesmo em casa.

Aqui é o lar, meu filho, onde ele está com o direito de não esconder o seu cansaço, as suas preocupações.

A criança pareceu escutar atenta e depois, suspirando, como se tivesse pensado por longo tempo, desabafou:

Que pena, hein, mãe? Eu gostaria tanto de ter um pai feliz, ao menos de vez em quando. Gostaria que ele chegasse em casa e me pegasse no colo, brincasse comigo. Sorrisse para mim. Eu gostaria tanto...

Naquele momento, o homem pareceu sentir as pernas bambearem. Um líquido estranho lhe escorreu dos olhos e ele se descobriu chorando.

Meu Deus, pensou. Como estou maltratando minha família.

E, ainda emocionado, irrompeu pela cozinha, abriu os braços, correu para o menino e o abraçou forte.

Filho, vamos brincar? Foi o que perguntou.

* * *

Não há quem não tenha problemas, lutas e dificuldades. Compete, no entanto, saber administrá-las de forma a que elas não se tornem um fantasma de tristeza, um motivo de autocompaixão.

Mesmo porque ninguém tem somente coisas ruins em sua vida. Ao lado das lutas constantes, existem sempre as compensações que Deus providencia.

Ter um lar, esposa, filhos, família, pais amorosos é o oásis de paz que a Divindade nos concede a fim de que restabeleçamos as forças para o prosseguimento do bom combate.

* * *

A alegria espalha bênçãos onde se manifeste.

A alegria pura contamina os que estão em volta. Por isso, recuperemos a coragem na arena de combate que a vida diária nos impõe e vitalizemos a alegria.

Não sejamos semeadores de sombras, antes sejamos como o sol que sorri gentil e tudo ilumina onde se faz presente.

Redação do Momento Espírita, com base no cap. 13 do livro Missionários da luz, pelo Espírito André Luiz, psicografia de Francisco Cândido Xavier, ed. Feb e no verbete Alegria, do livro Repositório de sabedoria, v. 1, pelo Espírito Joanna de Ângelis, psicografia de Divaldo Pereira Franco, ed. Leal.

Em 23.08.2010.

28/08/2010

FILHO-PROBLEMA

Um dia desses conversava com os pais de um jovem portador de uma enfermidade que o encarcerou numa cadeira de rodas, tornando-o dependente dos cuidados dos familiares.
Quando tivemos o primeiro contato com a família, o garoto ainda era senhor dos próprios passos, corria, jogava, brincava como qualquer criança.

Um dia surgiram alguns sintomas e os especialistas deram a triste notícia aos pais: o agravamento era inevitável.

Mas o que impressiona naquela família, é a forma com que enfrenta a situação.

O irmão mais novo é todo atenção e carinho. A irmã mais velha é a presença constante do afeto.

A mãe é o eixo central que dá o tom do equilíbrio e instaura a disciplina. É como uma flor a espalhar o perfume da ternura em notas de afago e firmeza.

O pai é a segurança, o grande amigão, o companheiro que assiste o futebol e torce junto, embora para times diferentes.

O jovem tem dificuldades para pronunciar as palavras, mas tem um notável senso de humor.

Não deixa passar as oportunidades de comentar, de forma jocosa, as pequenas falhas do pai.

Quando o pai o esquece no banheiro, por longo tempo, ele diz que já está acostumado, por isso tem sempre ao lado do vaso uma revista ou um livro de sua preferência.

“Você não é o pai que eu desejo, mas é o pai que eu preciso”, comenta de vez em quando, com um sorriso maroto.

Um dia, uma vizinha perguntou à sua mãe: “É você que tem um filho-problema?”

E a mãe respondeu, sem hesitar: “Não, eu não tenho nenhum filho-problema.”

Um dia, comentando esse episódio, essa mãe-ternura dizia:

“Não vejo em meu garoto um filho-problema. Ele é parte importante para a alegria do nosso lar. Ensina-nos tantas coisas. É valioso tesouro que o Criador nos emprestou.

Creio que filho-problema é aquele que provoca pranto e infelicita os pais...

É o filho criminoso, violento, que crava no coração dos pais o punhal do desgosto, da ingratidão.

Filho-problema é o filho esbanjador, explorador de seus pais, corrupto e corruptor, insensível, irresponsável.

Portanto, meu garoto não é um filho-problema, embora tenha sérias limitações físicas.”

* * *

Sem dúvida aquela mãe tem razão.

Existem pais e mães que carregam a pesada cruz construída por filhos-problema.

Enquanto cuida, com desvelo e carinho, do seu tesouro imobilizado numa cadeira de rodas, aquela mãe pensa nas outras mães que morrem aos poucos nas madrugadas à espera de filhos indiferentes.

Propiciar bem-estar ao seu jovem-rapaz, fazer-lhe a higiene, alimentá-lo, renunciar à profissão para se dedicar ao seu tesouro, não é problema nem sofrimento para aquela amorável mãe.

No entanto, há outras mães que amargam seus filhos-problema, que não têm nenhuma limitação física, mas cujos corações são de pedra.

Por tudo isso, é importante pensar a respeito do que seja realmente um filho-problema.

E estejamos seguros de que as limitações físicas de um filho não são, necessariamente, fonte de dificuldade para os pais, assim como a saúde física não é garantia de felicidade.



Todo filho é empréstimo sagrado que o Criador concede aos pais para que seja burilado com o cinzel do amor.

Quase sempre o filho rebelde é alguém que necessita de carinho e firmeza para que possa reencontrar o caminho para Deus.

Assim sendo, não importa o quanto custe de sacrifício e esforço, o melhor investimento que os pais podem fazer é devolver ao Genitor Celeste essas jóias com mais brilho na alma.

Texto da Equipe de Redação do Momento Espírita

www.momento.com.br

25/08/2010

*A Reunião das Trevas*

– O Chefe dos Espíritos das Trevas convocou uma Convenção Mundial de obsessores.

Em seu discurso de abertura, ele disse:

Não podemos impedir os cristãos de irem aos seus templos.

Não podemos impedi-los de ler os livros e conhecerem a verdade.

Nem mesmo podemos impedi-los de formar um relacionamento íntimo com os Espíritos Elevados e Jesus.

– E, uma vez que eles ganham essa conexão com os Espíritos Elevados e Jesus, o nosso poder sobre eles está quebrado.

– Então vamos deixá-los ir para suas igrejas, vamos deixá-los com os almoços e jantares que neles organizam, MAS, vamos roubar-lhes o TEMPO que têm, de maneira que não sobre tempo algum para desenvolver um relacionamento elevado.

O que quero que vocês façam é o seguinte- disse o obsessor-chefe:

Distraia-os a ponto de que não consigam aproximar-se de Jesus e dos espíritos superiores.

– Como vamos fazer isto? Gritaram os seus asseclas.

– Respondeu-lhes:

Mantenham-nos ocupados nas coisas não essenciais da vida, e inventem inumeráveis assuntos e situações que ocupem as suas mentes.

Tentem-nos a gastarem, gastarem, gastarem, e tomar emprestado, tomar emprestado...

– Persuadam as suas esposas a irem trabalhar durante longas horas, e os maridos a trabalharem de 6 à 7 dias por semana, durante 10 à 12 horas por dia, a fim de que eles tenham capacidade financeira para manter os seus estilos de vida fúteis e vazios.

Criem situações que os impeçam de passar algum tempo com os filhos.

– À medida que suas famílias forem se fragmentando, muito em breve seus lares já não mais oferecerão um lugar de paz para se refugiarem das pressões do trabalho.

Estimulem suas mentes com tanta intensidade, que eles não possam mais escutar aquela voz suave e tranquila que orienta seus espíritos.

Encham as mesinhas de centro de todos os lugares com revistas e jornais.

– Bombardeiem as suas mentes com noticias, 24 horas por dia.

Invadam os momentos em que estão dirigindo, fazendo-os prestar atenção a cartazes chamativos.

Inundem as caixas de correio deles com papéis totalmente inúteis, catálogos de lojas que oferecem vendas pelo correio, loterias, bolos de apostas, ofertas de produtos gratuitos, serviços, e falsas esperanças.

– Mantenham lindas e delgadas modelos nas revistas e na TV, para que os maridos acreditem que a beleza externa é o que é importante, e eles se tornarão mal satisfeitos com suas próprias esposas...

Mantenham as esposas demasiadamente cansadas para amarem seus maridos.

Se elas não dão a seus maridos o amor que eles necessitam, eles então começarão a procurá-lo em outro lugar e isto, sem dúvida, fragmentará as suas famílias mais rapidamente.

– Dê-lhes Papai Noel, para que se esqueçam da necessidade de ensinarem aos seus filhos, o significado real do Natal.

Dê-lhes o Coelho da Páscoa, para que eles não falem sobre a ressurreição de Jesus, e a Sua mensagem sobre o pecado e a morte.

Até mesmo quando estiverem se divertindo, se distraindo, que seja tudo feito com excessos, para que ao voltarem dali estejam exaustos!.

– Mantenha-os de tal modo ocupados que nem pensem em andar ou ficar na natureza, para refletirem na criação de Deus. Ao invés disso, mande-os para Parques de Diversão, acontecimentos esportivos, peças de teatro banais, apresentações artísticas mundanas e à TV entorpecedora. Mantenha-os ocupados, ocupados.

E, quando se reunirem para um encontro, ou uma reunião espiritual, envolva-os em mexericos e conversas sem importância, principalmente fofocas, para que, ao saírem, o façam com as consciências comprometidas.

– Encham as vidas de todos eles com tantas causas supostamente importantes a serem defendidas que não tenham nenhum tempo para buscarem a espiritualidade e Jesus. –

– Muito em breve, eles estarão buscando, em suas próprias forças, as soluções para seus problemas e causas que defendem, sacrificando sua saúde e suas famílias pelo bem da causa.

Isto vai funcionar!! Vai funcionar !! –

– Os espíritos trevosos ansiosamente partiram para cumprirem as determinações do chefe, fazendo com que os cristãos, em todo o mundo, ficassem mais ocupados e mais apressados, indo daqui para ali e vice-versa, tendo pouco tempo para Deus e para suas famílias. –

– Não tendo nenhum tempo para contar a outros sobre a sublimidade e o poder do Evangelho de Jesus para transformar suas vidas.

– Creio que a pergunta é: Teve o Obsessor-chefe sucesso nas suas maquinações?

22/08/2010

NO ESFORÇO COMUM

“Não sabeis que um pouco de fermento leveda a massa toda?” — Paulo (II CORÍNTIOS, 5:6)



Não nos esqueçamos de que nossos pensamentos, palavras, atitudes e ações constituem moldes mentais para os que nos acompanham.

Cada dia, por sua vez, sofremos a influência alheia na construção do próprio destino.

E, como recebemos conforme atraímos, e colhemos segundo plantamos, é imprescindível saibamos fornecer o melhor de nós, a fim de que os outros nos proporcionem o melhor de si mesmos.

Todos os teus pensamentos atuam nas mentes que te rodeiam.

Todas as suas palavras gerarão impulsos nos que te ouvem.

Todas as tuas frases escritas gerarão imagens nos que te lêem.

Todos os teus atos são modelos vivos, influenciando os que te cercam.

Por mais que te procures isolar, serás sempre uma peça viva na máquina da existência.

As rodas que pousam no chão garantem o conforto e a segurança do carro.

Somos uma equipe de trabalhadores, agindo em perfeita interdependência.

Da qualidade do nosso esforço nasce o êxito ou surge o fracasso do conjunto.

Nossa vida, em qualquer setor de luta, é uma grande oficina de moldagem.

Escravizar-nos-emos ao cativeiro da sombra ou libertar-nos-emos para a glória da luz, de conformidade com os moldes vivos que as nossas diretrizes e ações estabelecem.

Lembremo-nos da retidão e da nobreza nos mais obscuros gestos.

Recordemos a lição do Evangelho.

“Um pouco de fermento leveda a massa toda.”

Façamos do próprio caminho abençoado manancial de trabalho e fraternidade, auxílio e esperança, a fim de que o nosso Hoje Laborioso se converta para nós em Divino Amanhã.

(De “Fonte Viva”, de Francisco Cândido Xavier, pelo Espírito Emmanuel)

19/08/2010

Sobre o Filme Nosso Lar da FERGS


Estimados confrades gaúchos:


Estivemos no dia 12 de agosto de 2010, na reunião extraordinária do CFN, na Bienal do Livro em São Paulo, onde tivemos a benção de assistir em sessão especial no Cinemark do Shopping Zona Norte, o filme Nosso Lar.

Tenho poucos adjetivos para qualificá-lo com justiça. Nossa linguagem é pobre para expressar a grandeza da produção. Ela utiliza os meios conhecidos do cinema atual, mas seu efeito é de uma força incomparável e provoca uma emoção inigualável nos que o assistem. Ele é ímpar, cativante, encantador, extraordinário. Estavam lá presentes dirigentes de 18 federativas estaduais, Presidente, Vices, Diretores e colaboradores da FEB, além de outros convidados. Todos, sem exceção, verbalizaram a emoção incontida que aflorou ao assistirem cada cena, diálogo, música ou efeito especial do filme.

Por certo, amigos, vivemos um momento especial.

A Doutrina que será o futuro das religiões ganha um aliado vigoroso para o combate ao materialismo, a tecnologia e a força da comunicação representada pela sétima arte.
Transformemo-nos, cada um, em multiplicador da propaganda do filme e por certo, milhões de pessoas que não leram o livro e vivem na terra como se a vida espiritual fosse apenas um produto da imaginação de místicos, acordarão e começarão a ressignificar suas atitudes acelerando a transição para o estágio de mundo regenerador.

Divulgue, vá ao cinema, leve seus familiares, amigos, vizinhos, colegas. Forme grupos em sua casa espírita ou instituição ou na família e vamos agendar sessões de pré-estreia, comparecer á estréia, voltar ao cinema na segunda, na terceira... enfim, façamos a nossa parte, porquanto aqueles que acolheram do Alto a intuição abençoada de levarem as telas a notícia trazida pelo “peixinho vermelho” estão fazendo, magistralmente, a sua.

Ligue para a FERGS. Fone. 32241493

Mande email para assessoria@fergs.org.br ou decom@fergs.org.br

Vamos empenhar nossos esforços para que a Doutrina que nos felicita a alma, também dessedente milhares de outras que ainda não a conhecem.

Um abraço fraterno da irmã

Beth Barbieri
(Presidente da FERGS)

18/08/2010

MELHOR SOFRER NO BEM

"Porque melhor é que padeçais fazendo bem( se a vontade de Deus assim o quer), do que fazendo mal." - Pedro (I Pedro 3:17)"

Para amealhar recursos financeiros que será compelido a abandonar precipitadamente, o homem muitas vezes adquire deploráveis enfermidades, que lhe corroem os centros de força, trazendo a morte indesejável.

Comprando sensações efêmeras para o corpo de carne, comumente recebe perigosos males que o acompanham até aos últimos dias do veículo em que se movimenta na Terra.

Encolerizando-se por insignificantes lições do caminho, envenena órgãos vitais, criando fatais desequilíbrios à vida física.

Recheando o estomago, em certas ocasiões, estabelece a viciação de aparelhos importantes da instrumentalidade fisiológica, renunciando à perfeição do vaso carnal pelo simples prazer da gula.

Por que temer os percalços da senda clara do amor e da sabedoria, se o trilho escuro do ódio e da ignorância permanece repleto de forças vingadoras e perturbantes?

Como recear o cansaço e o esgotamento, as complicações e incompreensões, os conflitos e os desgostos decorrentes da abençoada luta pela suprema vitória do bem, se o combate pelo triunfo provisório do mal conduz os batalhadores a tributos aflitivos de sofrimento?

Gastemos nossas melhores possibilidades a serviço do Cristo, empenhando-lhe nossas vidas.

A arma criminosa que se quebra e a medida repugnante consumada provocam sempre maldição e sombra, mas para o servo dilacerado no dever e para a lâmpada que se apaga no serviço iluminativo reserva-se destino diferente.

(De “Pão Nosso”, de Francisco Cândido Xavier, pelo Espírito Emmanuel)

15/08/2010

AMBIENTE CASEIRO

A casa não é apenas um refúgio de madeira ou alvenaria, é o lar onde a união e o companheirismo se desenvolvem.
A paisagem social da Terra se transformaria imediatamente para melhor se todos nós, quando na condição de espíritos encarnados, nos tratássemos, dentro de casa, pelos menos com a cortesia que dispensamos aos nossos amigos.
Respeite a higiene, mas não transfigure a limpeza em assunto de obsessão.
Enfeite o seu lar com os recursos da gentileza e do bom-humor.
Colabore no trabalho caseiro, tanto quanto possível.
Sem organização de horário e previsão de tarefas, é impossível conservar a ordem e a tranqüilidade dentro de casa.
Recorde que você precisa tanto de seus parentes quanto seus parentes precisam de você.
Os pequeninos sacrifícios em família formam a base da felicidade no lar.


Livro: Sinal Verde
Psicografia: Francisco Cândido Xavier
Pelo Espírito: André Luiz


A Missão dos Pais Espíritas

“A MELHOR ESCOLA AINDA É O LAR, ONDE A CRIATURA DEVE RECEBER AS BASES DO SENTIMENTO E DO CARÁTER.” (Emmanuel – O Consolador – item 110)

Vivemos uma época de profundas transformações quando os valores que regem a sociedade estão sendo questionados. Como nos dias atuais nunca se buscou tanto o prazer e a satisfação doentia das paixões, contudo, ao mesmo tempo, nunca se sentiu tanta falta de orientação e amparo à família que possam preparar o homem para a modernidade, sem levá-lo à bancarrota moral.

Sem dúvida, as mudanças fazem parte do processo de evolução. Somente com a luz viva da verdade espiritual, com o conhecimento da reencarnação, com o entendimento da destinação evolutiva do homem, com a compreensão da lei de ação e reação, o ser humano conseguirá captar a importância da busca pela riqueza espiritual, cumprindo o mister de renovar a sociedade, renovar os homens.

A renovação das criaturas se fará através da EDUCAÇÃO. A educação se inicia na infância, desde os primeiros momentos do espírito encarnado. E a responsabilidade de educar estas almas que retornam compete aos PAIS.

Se há grande importância em dirigir um carro, dirigir uma empresa, maior ainda é a importância de dirigir um espírito eterno em seus primeiros passos na presente encarnação. As situações meramente humanas passam, mas a moral, o caráter, os sentimentos são elementos divinos que caracterizam a alma, que na infância se encontra predisposta à chance de reajustar-se e aprender novas lições.

Em Allan Kardec temos magistral questão: “Pode considerar-se como missão a paternidade? É, sem contestação possível, uma verdadeira missão. É ao mesmo tempo grandíssimo dever e que envolve, mais do que o que pensa o homem, a sua responsabilidade quanto ao futuro”.

O compromisso de sermos pais ou mães foram assumidos na Pátria Espiritual e reafirmados por ocasião de nosso casamento, na formação da nova família. A responsabilidade dos pais é imensa na educação dos filhos. Não somente na preocupação de dar-lhes alimento, vestuário, lazer, escola, conforto, mas principalmente na dedicação em colocar-lhes no coração os sentimentos e virtudes que os orientarão e lhes iluminarão os caminhos.

Novamente Kardec elucida: “Os espíritos dos pais têm por missão desenvolver os de seus filhos pela educação. Constitui-lhes isso uma tarefa. Tornar-se-ão culpados, se vierem a falir no seu desempenho”.

Deste modo, ninguém poderá subtrair dos genitores a responsabilidade da tarefa.

Isto não significa, em hipótese alguma, que os pais devam realizar uma incrível “mágica” e transformar seus filhos em “anjos” em alguns anos de convivência. O que Jesus nos pede é que sejamos sempre esforçados e dedicados a tão importante encargo, não desanimando ante as dificuldades ou desprezando o lar pela busca obsessiva dos fatores transitórios.

O Espírito não se modificará profundamente de um momento para outro. Porém, todo bom exemplo, toda boa palavra, toda corrigenda sincera, todo diálogo, toda energia, todo carinho, toda disciplina e todo amor jamais se perderão, mesmo que tenham sido encaminhados a um coração endurecido pelo mal, ainda carregando muitas dificuldades.

Não haverá consciência atormentada quando formos pais leais, devotados e sinceros, mesmo com a tristeza de ver nossos filhos incursionando pelos caminhos do desequilíbrio e da ilusão. O que causará grande tormenta em nossa consciência será a preguiça no exercício de nosso papel paterno/materno, o amor sem limites que cega, a profunda má vontade de grande parte dos pais que acham já saberem tudo, não enxergando suas falhas, e a falta de humildade em reconhecer-nos ainda insipientes quanto aos conhecimentos acerca da educação. Não somos responsáveis pelas imperfeições de nossos filhos, mas, sim, se adubamos essas tendências infelizes ou se não as combatemos quanto podíamos.

O mais importante não é darmos “shows” de virtudes paternais, e sim que nossos filhos, ao deixarem a vida física, estejam mais enriquecidos espiritualmente e moralmente do que quando chegaram a ela, mesmo que teimem em recalcitrar, resistindo teimosamente em abandonar às próprias sombras. Somente haverá um mundo melhor com o bom desempenho da tarefa educativa por parte dos pais nos lares.

Santo Agostinho esclarece-nos: “Quando os pais hão feito tudo o que devem pelo adiantamento moral de seus filhos, se não alcançam êxito, não têm de que se inculpar a si mesmos e podem conservar tranqüila a consciência”.

Para os pais espíritas o grau de compromisso aumenta, tendo em vista o rico e inestimável material que trazem em mãos: a DOUTRINA ESPÍRITA. Com o horizonte descerrado pelo Espiritismo, a compreensão dilatada da realidade espiritual, o trabalho educativo ganha uma dimensão mais profunda e as possibilidades de acerto se multiplicam. Compete a estes pais aproveitarem a fecundidade destes recursos.

Devemos desenvolver o caráter de nossos tutelados, ministrar-lhes as noções religiosas imprescindíveis, oferecer-lhes o melhor esforço de exemplificação, dar-lhes assistência material e moral constante, indicar-lhes um rumo certo a seguir, orientar-lhes constante e carinhosamente, apoiá-los, protegê-los, ajudá-los, ser-lhes amigos, amá-los, animá-los em seus ideais, incentivá-los em suas virtudes, auxiliá-los a enfrentarem as influências perniciosas, a invigilância, a ignorância.

A educação está hoje complicada pelos convites e estímulos que despertam nossos filhos cada vez mais cedo para as ilusões humanas. Precisamos mostrar a eles todos os perigos que irão encontrar quando tiverem que caminhar com as próprias pernas. O grande trabalho dos pais não é esconder o filho dos problemas, e sim prepará-los, dando-lhes as armas com as quais poderá triunfar sobre estes desafios.

Podemos dizer que, antes de conhecer o Espiritismo, educar era difícil; agora, com o Espiritismo, continua e às vezes até aumenta a dificuldade. Só que estaremos tão mais bem preparados que, a par da dificuldade, produzimos e acertamos mais.

E, para isso, procuremos na Casa Espírita a escola da alma que nos amparará e iluminará na grande missão a cumprir. Aos pais e dirigentes espíritas envia-se o alerta: que em todos os agrupamentos espíritas nasçam atividades voltadas para a preparação e apoio aos pais.

Estejamos prontos para o mister! Abracemos nossa grande missão! O Terceiro Milênio é construção a se iniciar em cada um dos lares da Terra! Tomai da enxada e começai a sementeira...

QUE NÓS, PAIS ESPÍRITAS, SEJAMOS OS TRADUTORES DE JESUS JUNTO A NOSSOS FILHOS, ILUMINADOS PELO EVANGELHO, EDUCANDO-OS COM SEGURANÇA E CONVICÇÃO.

Livro: Um desafio chamado Família

A QUESTÃO DO LIMITE NA EDUCAÇÃO DOS FILHOS

Dizer não é permitido na educação dos filhos, assim como impor limites e determinar regras a serem seguidas dentro e fora de casa. Conclui-se hoje que limites e regras são necessários para a formação da criança.
Estabelecer normas para a criança é prepará-la para conviver com o mundo em suas diferentes realidades, é também uma forma de ajudá-lo a se organizar adequadamente, aprendendo a escolher e priorizar suas vontades. Sem regras a criança se torna déspota, agressiva, agitada, seu desejo é lei.
Quanto mais nova for a criança, mais regras e limites irá necessitar.Como a criança é pequena tem dificuldade de abstração, as leis propostas devem ser claras, apoiadas em fatos concretos e servirem para todos os demais familiares.
A criança pode resistir á idéia de obedecer. É neste momento que os pais tem de ser firmes e inflexíveis, agindo com segurança. Naturalmente os pais devem ter um bom argumento para a justificativa de cada norma.
A criança tende a medir ate onde vai a autoridade, a coerência e a persistência dos pais na aplicação das regras disciplinares. Ela costuma testar a autoridade dos pais, insistindo para não se submeter a alguma regra e nesta armadilha muitos pais desatentos ficam presos, não tendo a capacidade de definir claramente seus posicionamento, quer por omissão, desamor ou comodismo.
Pais que ora permitem, ora não permitem, conforme o humor do dia deixam o filho desorientado e inseguro.
Os pais devem estar de acordo e serem coerentes na aplicação dos meios utilizados para que os limites sejam obedecidos, pautando cada um as suas ações educativas e disciplinares conforme as regras estabelecidas.
Quando a criança vai crescendo e ampliando seu nível de compreensão, as regras podem ser construídas junto com os pais, em consenso, a construção dos limites desta forma contenta e tranqüilizam as duas partes.


Fonte: Texto de Gladis Pedersen de Oliveira (Ex Presidente da FERGS - Pedagoga e especialista em educação).

01/08/2010

O Perdão

Ela se chamava Mega e tinha uma chefe terrível.
Quando Mega chegava pela manhã e falava "bom dia", a chefe respondia com uma pergunta: "por que não chegou mais cedo?"
Se chegasse antes da hora, a chefe não estava lá, mas ficava sabendo e lhe perguntava se ela não sabia qual o horário do expediente, mesmo depois de trabalhar ali há tantos anos. Era uma mulher má. Implicava com tudo.
Até que um dia Mega se cansou e decidiu se demitir. "Vou sair, mas antes vou dizer tudo o que tenho vontade", foi o que pensou.
Exatamente naquele dia ela estava almoçando quando encontrou a dra. Casarjian que a convidou para assistir a um treinamento, naquela tarde. "Não posso", foi a sua resposta. "tenho expediente a cumprir."
"Por que não?"
Mega falou sobre a chefe que vivia implicando com ela e a dra. Casarjian lembrou que pior a situação não poderia ficar. Além do que, se a chefe lhe desse uma bronca por faltar ao trabalho, naquela tarde, ao menos teria motivo.
Mega lembrou que no dia seguinte iria se demitir, por isso resolveu ir ao encontro. Ali ouviu referências a respeito do perdão.
"O perdão é bom para você", falava a Dra.
"Se você perdoar alguém que o ofendeu ele continua do mesmo jeito mas você se sentirá bem." "Se você perdoar o mentiroso, ele continuará mentiroso mas você não se sentirá mal por causa das mentiras dele."
Ao final do treinamento, Mega concluiu que a sua chefe estava muito doente e tirou-a da cabeça.

No dia seguinte, tomou uma resolução:

"não vou deixar que ela me atormente mais. E nem vou abandonar o trabalho que eu gosto." Mega chegou e cumprimentou: "olá." A chefe foi logo lhe perguntando o que tinha acontecido. Ela estava diferente.
Mega falou que havia participado de um treinamento e que estava bem consigo mesma e até convidou a chefe para tomar chá, ao final da tarde.
A reação veio logo: "você está me convidando só para eu não reclamar de você?"
"Pode reclamar, até mandar descontar as minhas horas.
Mas eu insisto no chá."
E foram. Durante o chá, a chefe falou da sua surpresa em ter sido convidada para aquele chá. Ela sabia que era intratável. Também falou da sua emoção. Nunca ninguém a convidara para um lanche, um café.
Acabou por falar das suas dores. O marido lhe batia, o filho vivia no mundo das drogas. Por isso ela odiava as pessoas. Era infeliz e agredia.
Semanas depois, era a própria chefe que comparecia ao novo treinamento da Dra. Casarjian a respeito do perdão.


Perdoar é libertar-se.
Aquele que agride é sempre alguém a um passo do desequilíbrio.
Aquele que persegue nem pode imaginar o quanto se encontra enfermo.
Sem dúvida, a felicidade pertence sempre àquele que pode oferecer, que a possui para dar.

Nosso maior exemplo é Jesus.

Poderia ter reagido às agressões, mas preferiu perdoar e amar, por saber que aqueles que o afligiam eram espíritos atormentados em si mesmos.
Por essa razão, dignos de perdão.
E se você tiver ainda muita dificuldade para perdoar, pense que tudo passa.
Passam as coisas ruins, passam as pessoas que as provocam.
Só o bem permanece para sempre.

Equipe de Redação do Momento Espírita, com base no seminário Perdão e Auto-perdão de Divaldo Pereira Franco – CD volume 2, faixa 13, e livro Convites da Vida – cap. 39.