27/06/2010

Entrevista com Divaldo

- Por que é desaconselhável o uso de músicas espíritas cantadas pelo público na fase de harmonização preparatória que antecede as palestras?
Divaldo - Embora a música, nas suas expressões superiores, seja um veículo de harmonização, o hábito de cantá-las, antes, durante ou depois das atividades espiritistas, pode dar início a uma prática ritual que será incorporada posteriormente ao Movimento Espírita, descaracterizando a elevada proposta de que se reveste a Doutrina libertadora.

- Por que nas salas apropriadas ao passe magnético a claridade não se faz presente, senão através de lâmpadas coloridas?
Divaldo - Em face da irradiação dos raios caloríferos que consomem os fluidos, é conveniente manter-se um ambiente de penumbra, quando da aplicação dos passes, evitando-se, quanto possível, a exposição também de lâmpadas coloridas, no pressuposto de realizar-se ação cromoterapêutica.

- A clonagem humana, bem como outras pesquisas científicas, poderão nas próximas décadas confirmar o fenômeno natural da palingenesia (reencarnação)? Como ficarão as religiões ditas materialistas?
Divaldo - Acredito que os diversos ramos das doutrinas científicas, à medida que penetram no âmago do ser humano, oferecendo recursos tecnológicos para tornar a vida mais digna de ser experienciada, seja através da clonagem ou de outros recursos que serão conquistados, mantendo-se o respeito pela bioética, lograrão confirmar a reencarnação em laboratório, conforme vem sucedendo com a psicologia e suas diversas escolas.
Penso que as doutrinas religiosas que, por enquanto, não aceitam a reencarnação, diante dos fatos, serão convidadas à sua aceitação ou sucumbirão por si mesmas.

- No perispírito do desencarnado por suicídio fica algum vestígio de fluido vital?
Divaldo - Em razão de o suicídio interromper o fluxo da existência orgânica antes da consumpção do fluido vital, este permanece no perispírito, facultando a permanência das sensações físicas, acrescidas da agressão aplicada para interromper a vida...

- As Casas Espíritas estão vivendo um momento muito difícil, devido a falta de "tarefeiros" para os trabalhos sociais. Como resolver este problema?
Divaldo
- A função essencial da Instituição Espírita é a divulgação com a respectiva vivência dos postulados espíritas. Naturalmente que, nessa prática doutrinária, as atividades de natureza social têm cabida, em nome da caridade. No entanto, não se deve realizar o inverso, resultando normalmente na falta de cooperadores. Quando ocorre a transformação moral do indivíduo em razão do conhecimento espírita, de imediato surge um trabalhador do bem, da solidariedade e do socorro ao próximo.

- O senhor acredita que as festas ditas pagãs, dentre elas o carnaval, nas próximas décadas estarão extintas?
Divaldo -
Penso que não. Não é a festa, conforme se apresenta, que responde pelos descalabros morais que nela tem lugar. Antes é a criatura aturdida e primária que, onde se encontra, impõe as suas paixões primitivas, suas más inclinações. O mesmo fenômeno ocorre quando o indivíduo é portador de títulos de enobrecimento, tornando-se gerador de grupos sociais saudáveis. Acredito que os bacanais irão desaparecendo à medida que os seres humanos optarem por outros tipos de divertimentos e prazeres.

- Falando de reencarnação de espíritos superiores, Kardec diz na nota do título "minha volta" (Obras Póstumas) que "... minha volta deverá ser forçosamente no fim deste século ou no princípio do outro". Perguntamos: Existe alguma informação do plano espiritual sobre a programação desta reencarnação do codificador no planeta Terra?
Divaldo -
ignoro qualquer informação a respeito do retorno de Allan Kardec ao proscênio terrestre, exceto aquelas que são discutidas na atualidade no Movimento Espírita...

- Através da mídia mundial, crescem os debates sobre a eutanásia. Perguntamos: Em que condição chega o espírito que praticou a eutanásia ao mundo dos espíritos, e quais os resgates futuros?
Divaldo - O Espírito que foi vítima da eutanásia desperta no Além, amparado, a fim de se refazer do golpe sofrido, merecendo conforto e amparo digno. No entanto, quando a eutanásia foi solicitada por aquele que ora está desencarnado, o mesmo experimenta o prosseguimento das aflições de que se desejou libertar, na condição de suicida...

- Qual é a diferença entre a distanásia e a ortanásia e haverá consequências diversificadas de conformidade com a visão espírita?
Divaldo -
Conforme o Aurélio, distanásia é Morte lenta, ansiosa e com muito sofrimento, enquanto ortanásia é o contrário da eutanásia e consiste em atrasar a chegada da morte, por todos os meios possíveis. Alguns autores denominam-na ortotanásia e elucidam que são quase a mesma coisa, a distanásia e a ortanásia. Quando se pretende prolongar a vida com o objetivo de impedir a morte, impõe-se ao paciente sofrimentos desnecessários, que se prolongam após a desencarnação...

- Qual é a finalidade maior do trabalho de um médium no plano espiritual através do seu desdobramento durante uma reunião mediúnica? Exemplo: Nos Domínios da Mediunidade - cap. 11 "Desdobramento em Serviço" (Médium Castro) - André Luiz, psicografia Chico Xavier.
Divaldo -
A finalidade maior do trabalho de um médium, seja no plano físico ou fora dele, é dar prosseguimento ao ministério que abraça, estando sempre a serviço da Vida Maior, contribuindo em favor da renovação espiritual da humanidade.

- Como ocorre o fenômeno da comunicação espiritual para os ouvintes de diversas nacionalidades, cada qual ouvindo em seu idioma pátrio, sendo a palestra proferida em um único idioma?
Divaldo - A linguagem dos Espíritos nobres é a do pensamento, sem a fonação de vocábulos. Em se tratando de ouvintes de Esfera elevada, embora o conferencista enuncie as palavras, a emissão da sua onda mental é captada por todos. Nas Regiões mais próximas da psicosfera terrestre, no entanto, o idioma nacional de cada povo ainda é preservado, em razão do atraso moral dos seus habitantes.

Fontes:
http:joannadangelis.blogspot.com
http:bruno-tavares.zip.net

Hábitos Infelizes

Livro: Sinal Verde
André Luiz & Francisco Cândido Xavier


* Usar pornografia ou palavrões, ainda que estejam supostamente na moda.

* Pespegar tapinhas ou cotucões a quem se dirija a palavra.

* Comentar desfavoravelmente a situação de qualquer pessoa.

* Estender boatos e entretecer conversações negativas.

* Falar aos gritos.

* Rir descontroladamente.

* Aplicar franquezas impiedosas a pretexto de honorificar a verdade.

* Escavar o passado alheio, prejudicando ou ferindo os outros.

* Fugir da limpeza.

* Queixar-se, por sistema, a propósito de tudo e de todos.

* Ignorar conveniências e direitos alheios.

* Fixar intencionalmente defeitos e cicatrizes do próximo.

* Irritar-se por bagatelas.

* Indagar de situações e ligações, cujo sentido não possamos penetrar.

* Desrespeitar as pessoas com perguntas desnecessárias.

* Contar piadas suscetíveis de machucar os sentimentos de quem ouve.

* Zombar dos circunstantes ou chicotear os ausentes.

* Analisar os problemas sexuais seja de quem seja.

* Deitar conhecimentos fora de lugar e condição, pelo prazer de exibir cultura e competência.

* Desprestigiar compromissos e horários.

* Viver sem método.

* Agitar-se a todo instante, comprometendo o serviço alheio e dificultando a execução dos deveres próprios.

* Contar vantagens, sob a desculpa de ser melhor que os demais.

* Gastar mais do que dispõe.

* Aguardar honrarias e privilégios.

* Não querer sofrer.

* Exigir o bem sem trabalho.

* Não saber agüentar injúrias ou críticas.

* Não procurar dominar-se, explodindo nos menores contratempos.

* Desacreditar serviços e instituições.

* Fugir de estudar.

* Deixar sempre para amanhã a obrigação que se pode cumprir hoje.

* Dramatizar doenças e dissabores.

* Discutir sem raciocinar.

* Desprezar adversários e endeusar amigos.

* Reclamar dos outros aquilo que nós próprios ainda não conseguimos fazer.

* Pedir apoio sem dar cooperação.

* Condenar os que não possam pensar por nossa cabeça.

* Aceitar deveres e largá-los sem consideração nos ombros alheios.

Médium indenizará mulher por coação moral

A 1ª Turma Recursal Cível do Estado do Rio Grande do Sul confirmou a condenação de médium por coação moral. Foi determinada ao réu a restituição de R$ 1,6 mil e o pagamento de R$ 2 mil por danos morais, além da declaração de inexistência de débito referente a cheque no valor de R$ 1,6 mil e outro de R$ 1,4 mil.


Em 2008, a autora apresentava dores no útero, quando foi procurada pelo médium. Ele lhe prometeu a cura através da realização de um `trabalho`, que consistia em oferecer produtos aos Deuses no mar. O médium disse ainda que o trabalho evitaria que o neto da autora se acidentasse.

Segundo o réu, a autora era quem teria lhe procurado. Ele sustentou que os valores eram recebidos para montar a `mesa` e que eram percebidos como cortesia.

As testemunhas confirmaram a realização de cobrança pelo serviço, bem como que foi o réu quem procurou a autora e que esta se encontrava nervosa à época dos fatos em razão de sua doença. Conforme uma das depoentes, a mulher disse estar impressionada com a promessa de cura e assustada com a premonição de que seu neto se acidentaria e seria juntado de pá no asfalto. Ela contou ainda que o réu ‘diagnosticou’ a ocorrência de câncer na autora e que ouviu boatos de outros casos semelhantes ao da mulher.

Em primeira instância, na Comarca de Torres, considerou-se indiscutível o sofrimento experimentado pela autora, quando foi avisada pelo réu de que ela teria câncer e que seu neto sofreria um acidente fatal caso não realizasse um trabalho. Não se trata de discussão a respeito de fé, seja pelo réu, seja pela autora, o fato é que, comprovadamente, o requerido usou do problema que a autora enfrentava na ocasião, para fins de obter benefícios próprios, qual seja, recompensa em dinheiro, o qual foi pago pela requerente, que acreditou no poder de cura no trabalho por este realizado, referiu a sentença.

Caracterizada a ocorrência de dano moral puro, o Juizado Especial Cível da Comarca de Torres determinou a restituição à autora no valor de R$ 1,6 mil e a declaração de inexistência de débito de dois cheques, um no valor de R$ 1,6 mil e outro de R$ 1,4 mil. O réu foi condenado ainda ao pagamento de indenização por danos morais no valor de R$ 2 mil.

Recurso Inominado

Para o relator da 1ª Turma Recursal Cível, Juiz Ricardo Torres Hermann, não resta a menor dúvida do pagamento pelo trabalho e de que o mesmo foi efetuado mediante verdadeira coação moral.

Pouco crível que a requerida fosse entregar ao réu quantia superior a R$ 6 mil a título de doação se não fosse a promessa de que seria curada de um câncer, que, em verdade, sequer existiu, seguida da premonição de que seu neto seria “juntado de pá do asfalto”. Justamente nesse ponto transparece clara a intenção do réu de coagir a autora a fazer algo que, de livre e espontânea vontade, não o faria, não fosse o ardil empregado pelo demandado, aproveitando-se de sua condição de médium, avaliou o magistrado.

Os Juízes Leandro Raul Klippel e Fábio Vieira Heerdt acompanharam o voto do relator, no sentido de manter a sentença por seus próprios fundamentos (art. 46, da Lei nº 9.099/95).

Recurso Inominado nº 71002541084

Fonte: TJRS - Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul, 18 de junho de 2010. Na base de dados do site www.endividado.com.br

22/06/2010

Tempo dos filhos




As tendências da atualidade falam de qualidade, quando se discute a questão de educação de filhos e tempo que os pais dedicam a eles.
Em verdade, toda vez que o assunto tempo é tratado, as primeiras frases que brotam ligeiras das bocas das pessoas é: Não tenho tempo. A vida é muito corrida. A profissão me exige muito.
Face a tais posicionamentos, natural que o que se sacrifique seja sempre o tempo com a família.
Afinal, a profissão é importante porque tanto realiza o ser quanto lhe permite angariar os recursos para o conforto e as necessidades. O estudo é importante porque permite o progresso da criatura, tanto quanto é exigido para o aprimoramento técnico.
Dessa forma, resta somente sacrificar o tempo dedicado aos familiares.
Assim, os filhos crescem sem que percebamos. Possivelmente, começaremos a notar que os anos passaram quando o filho chegar em casa com a namorada pela mão para nos apresentá-la.
Como é possível? Ainda ontem usava fraldas e hoje já namora.
Sim, o tempo parece correr. Os anos se somam. O tempo da infância se vai. Os filhos crescem.
Mas, alguns pais dizem que o importante não é o quanto de horas permanecemos ao lado dos filhos, mas a qualidade, isto é, o que fazemos quando estamos com eles.
Face a isso, acreditam que sair no final de semana para um passeio, um almoço familiar, férias em conjunto sejam suficientes para suprir a necessidade que têm os pequenos da presença dos pais.
Mas, o filho precisa sentir-se protegido, amparado. Precisa ter a certeza de que encontrará um ombro amigo, um colo materno, um pai atencioso para ouvi-lo, quando as dificuldades se apresentarem.
Quando ele se sentir humilhado porque apanhou na escola, quando ele se sentir derrotado porque perdeu o jogo de futebol, quando ele se sentir preterido por não ter sido aprovado para atuar na peça teatral.
Ele precisa ter tempo para contar as suas amarguras e ser ouvido. Ele precisa de pai e de mãe que o abracem após as horas intermináveis de estudo às vésperas das provas.
Ele precisa de pai e de mãe que o incentivem a prosseguir, mesmo quando ele esteja indo mal em uma ou outra matéria.
Ele precisa de pais que estudem com ele, sofram com ele, estejam com ele.
Como se vê, o que conta não é somente qualidade do que se faz quando se está com os filhos, mas quantidade também.
Vale meditar sobre tudo isso e iniciar um esforço para estarmos mais perto, por mais tempo, dos nossos pequenos.

Cada criança carrega dentro de si um projeto de luz que nós devemos auxiliar a concretizar.
A criança de agora nos fala da nossa situação amanhã.
Cuidemos dela, estejamos com ela, sabendo lhe dar o espaço para que cresça, saudável e feliz, segura e tranquila, embalada pelas nossas orientações amorosas.
Cada criança é um Espírito imortal em recomeço no mundo. Estejamos com nossos filhos, auxiliando-os a escalar os degraus do progresso.

Redação do Momento Espírita, com pensamentos finais
colhidos no cap. 11, do livro Vereda familiar, pelo Espírito
Thereza de Brito, psicografia de Raul Teixeira, ed. Fráter.

VIDA EM FAMÍLIA

Os filhos não são cópias xerox dos pais, que apenas produzem o corpo, graças aos mecanismos do atavismo biológico.

As heranças e parecenças físicas são decorrências dos gametas, no entanto, o caráter, a inteligência e o sentimento procedem do Espírito que se corporifica pela reencarnação, sem maior dependência dos vínculos genéticos com os progenitores.

Atados por compromissos anteriores, retornam, ao lar, não somente aqueles seres a quem se ama, senão aqueloutros a quem se deve ou que estão com dívidas…

Cobradores empedernidos surgem na forma fisiológica, renteando com o devedor, utilizando-se do processo superior das Leis de Deus para o reajuste de contas, no qual, não poucas vezes, se complicam as situações, por indisposições dos consortes…

Adversários reaparecem como membros da família para receber amor, no entanto, na batalha das afinidades padecem campanhas de perseguição inconsciente, experimentando o pesado ônus da antipatia e da animosidade.

A família é, antes de tudo, um laboratório de experiências reparadoras, na qual a felicidade e a dor se alternam, programando a paz futura.

Nem é o grupo da bênção, nem o élan da desdita.

Antes é a escola de aprendizagem e redenção futura.

Irmãos que se amam, ou se detestam, pais que se digladiam no proscênio doméstico, genitores que destacam uns filhos em detrimento dos outros, ou filhos que agridem ou amparam pais, são Espíritos em processo de evolução, retornando ao palco da vida física para a encenação da peça em que fracassaram, no passado.

A vida é incessante, e a família carnal são experiências transitórias em programação que objetiva a família universal.

Abençoa, desse modo, com a paciência e o perdão, o filho ingrato e calceta.

Compreende com ternura o genitor atormentado que te não corresponde às aspirações.

Desculpa o esposo irresponsável ou a companheira leviana, perseverando ao seu lado, mesmo que o ser a quem te vinculas queira ir-se adiante.

Não o retenhas com amarras de ódio ou de ressentimento. Irá além, sim, no entanto, prossegue tu, fiel, no posto, e amando…

Não te creias responsável direto na provação que te abate ante o filho limitado, física ou mentalmente.

Tu e ele sois comprometidos perante os códigos Divinos pelo pretérito espiritual.

O teu corpo lhe ofereceu os elementos com que se apresenta, porém, foi ele, o ser espiritual, quem modelou a roupagem na qual comparece para o compromisso libertador.

Ante o filhinho deficiente não te inculpes. Ama-o mais e completa-lhe as limitações com os teus recursos, preenchendo os vazios que ele experimenta.

Suas carências são abençoados mecanismos de crescimento eterno.

Faze por ele, hoje, o que descuidaste antes.

A vida em família é oportunidade sublime que não deve ser descuidada ou malbaratada.

Com muita propriedade e irretorquível sabedoria, afirmou Jesus, ao doutor da Lei:
“Ninguém entrará no reino dos céus, se não nascer de novo…"

E a Doutrina Espírita estabelece com segurança:
“Nascer, morrer, renascer ainda e progredir sempre — é a lei. Fora da caridade não há salvação.”

pelo Espírito Joanna de Ângelis - Do livro: SOS Família, Médium: Divaldo Pereira Franco



19/06/2010

Coragem da Fé

A coragem da fé começará sempre através da veemência com que exponhamos as próprias idéias, diante da verdade, entretanto, só se realizará em nós e por nós, quando tivermos a necessária coragem para compreender todos os homens, - ainda mesmo os nossos mais ferrenhos perseguidores, - como nossos verdadeiros irmãos e filhos de Deus.
(De "Mãos Unidas", Francisco Cândido Xavier/Emmanuel)

AVISO DO TEMPO



O Tempo endereça às criaturas o seguinte aviso, em cada alvorecer:

“Certamente, Deus te concederá outros dias e outras oportunidades de trabalho, mas faze agora todo o bem que puderes, porque dia igual ao de hoje só terás uma vez.”

Emmanuel/Francisco Cândido Xavier

14/06/2010

Namoro, sexo e reencarnação


Pergunta - Além da simpatia geral, oriunda da semelhança que entre eles
exista, votam-se os Espíritos recíprocas afeições particulares?
Resposta - Do mesmo modo que os homens, sendo, porém, que mais forte é o laço que
prende os Espíritos uns aos outros, quando carentes de corpo material,
porque então esse laço não se acha exposto às vicissitudes das paixões.

Item nº 291, de O Livro dos Espíritos

A integração de duas criaturas para a comunhão sexual começa habitualmente pelo período de namoro que se traduz por suave encantamento. Dois seres descobrem um no outro, de maneira imprevista, motivos e apelos para a entrega recíproca e daí se desenvolve o processo de atração.
O assunto consubstanciaria o que seria lícito nomear como sendo um "doce mistério" se não faceássemos nele as realidades da reencarnação e da afinidade.
Inteligências que traçaram entre si a realização de empresas afetivas ainda no Mundo Espiritual, criaturas que já partilharam experiências no campo sexual em estâncias passadas, corações que se acumpliciaram em delinquência passional, noutras eras, ou almas inesperadamente harmonizadas na complementação magnética, diariamente compartilham as emoções de semelhantes encontros, em todos os lugares da Terra.
Positivada a simpatia mútua, é chegado o momento do raciocínio.
Acontece, porém, que diminuta é, ainda, no Planeta, a percentagem de pessoas, em qualquer idade física, habilitadas a pensar em termos de autoanálise, quando o instinto sexual se lhes derrama do ser.
Estudiosos do mundo, perquirindo a questão apenas no "lado físico", dirão talvez tão-somente que a libido entrou em atividade com o seu poderoso domínio e, obviamente, ninguém discordará, em tese, da afirmativa, atentos que devemos estar à importância do impulso criativo do sexo, no mundo psíquico, para a garantia e perpetuação da vida no Planeta.
É imperioso anotar, entretanto, em muitos lances da caminhada evolutiva do Espírito, a influência exercida pelas inteligências desencarnadas no jogo afetivo. Referimo-nos aos parceiros das existências passadas, ou, mais claramente, aos Espíritos que se corporificarão no futuro lar, cuja atuação, em muitos casos, pesa no ânimo dos namorados, inclinando afeições pacificamente raciocinadas para casamentos súbitos ou compromissos na paternidade e na maternidade, namorados esses que então se matriculam na escola de laboriosas responsabilidades. Isso porque a doação de si mesmos à comunhão sexual, em regime de prazer sem ponderação, não os exonera dos vínculos cármicos para com os seres que trazem à luz do mundo, em cuja floração, aliás, se é verdade que recolherão trabalho e sacrifício, obterão também valiosa colheita de experiência e ensinamento para o futuro, se compreenderem que a vida paga em amor todos aqueles que lhe recebem com amor as justas exigências para a execução dos seus objetivos essenciais.

Livro: Vida e Sexo
Francisco Cândido Xavier, pelo Espírito Emmanuel