27/08/2012

O vencedor




Quem acha que perder é ser menor na vida...
 
Quem sempre quer vitória e perde a glória de chorar...
 
Eu... Que já não quero mais... Ser um vencedor.
 
Levo a vida devagar... Pra não faltar amor.
 
A letra da música popular é de extrema beleza e profundidade.
 
No mundo da vitória a qualquer custo, dos vencedores de berço e coisa e tal, é necessário pensar um pouco sobre tudo isso.
 
Todos queremos vencer, é certo. A natureza nos impulsiona para as vitórias sempre, para o crescimento contínuo e inevitável.
 
Porém, no entendimento humano da palavra vencer, e em quem julgamos serem vencedores é que está a questão fundamental.
 
Adianta vencer profissionalmente, ter sucesso e fama, se nos falta amor?
 
Adianta ser considerado um vencedor do esporte, na carreira, na arte, se, como pais, cônjuges, filhos, irmãos, somos verdadeiros derrotados?
 
Vale a pena vencer a qualquer custo? Esse não seria um comportamento deveras imediatista, sem considerar a vida como um todo, incluindo sua continuidade além-túmulo?
 
Será que vencedores são apenas aqueles que conseguem - neste país de tantas dificuldades - concluir um ensino superior?
 
Será esse nosso único critério de vitória? A formação intelectual, as conquistas profissionais e as riquezas acumuladas?
 
Seria certamente uma vitória muito pobre...
 
Criar um vencedor no lar, na pessoa de um filho, não é apenas lhe dar as oportunidades da formação intelectual.
 
Criar um vencedor é criar um homem de bem, que saiba valorizar o amor e os relacionamentos saudáveis acima de tudo.
 
Criar um vencedor é ensiná-lo a perder, e lidar com as derrotas da vida, procurando extrair delas sempre lição preciosa de engrandecimento moral.
 
Aparentes derrotas são preparações fundamentais para que as grandes vitórias sejam possíveis.
 
Por isso, levar uma vida devagar, pode significar dar mais atenção à família, pode significar dar-se mais aos outros.
 
Na vida de quem não falta amor, há sempre muitas, e inesquecíveis vitórias.
 
* * *
 
Venci... O mundo, a mim mesmo... A minha falta de visão clara sobre as coisas.
 
Venci a vontade de querer mais... Troquei pela vontade se "ser" mais.
 
Venci a inércia, a vontade de não ter vontade, e me arremessei ao mundo, de braços abertos, sem esperar nada das pessoas e nem de mim.
 
Não sou vencedor aos olhos do mundo. Minha vitória é secreta, quieta, segura... É minha.
 
Amo mais a cada dia, e cada dia me ama mais.
 
Vivo um amor plenamente correspondido com a vida.
 
Venci, sim, a mim mesmo. Minha consciência me aplaude, mas ao mesmo tempo me diz: muitas vitórias ainda te aguardam.
 

Redação do Momento Espírita com base em trecho da música O vencedor, de Marcelo Camelo, e em poema de autor desconhecido.

18/08/2012

QUEM NÃO QUER TRABALHAR, ARRANJA DESCULPAS...




 (...) Certa vez, procurei o Chico Xavier. Estava me sentindo envergonhado e queria deixar a direção do hospital. Levei uma reprimenda daquelas!...
            - O que o Chico disse ao senhor?
            -  Disse-me que, por direito de antiguidade, ele é que deveria se aposentar e não estava pensando nisto... Falou-me que, quando a gente não está querendo trabalhar, o inconsciente arranja mil desculpas. Deu-me uma lição de Psicanálise! Não fui bem sucedido, e o jeito foi ficar...
            - O homem não alisava, não; quando tinha algo a dizer, não mandava recado... Em 1961, quando estive lá – eu estava com 37 de idade –, ele conversava com uma pessoa olhando, o tempo todo, para mim...
            - Então era com você que ele estava falando... Ele usava esta tática: escolhia alguém, normalmente um dos colaboradores ali, da mesa, para dizer a outro o que era preciso.
            - Discorreu sobre mediunidade e responsabilidade. Explicou que, de maneira geral, os espíritas ainda não haviam entendido que o Espiritismo é uma doutrina de muito trabalho e que ser médium é assumir o compromisso de trabalhar dobrado – sem reclamar! Recordo-me de um  trecho de sua fala, textualmente: - “Sinceramente, não sei onde que os espíritas conseguem tanto tempo para polemizarem entre si... Só não tendo o que fazer! Eu não tenho tempo nem para aparar as unhas!...”
            - E não tinha mesmo, coitado! Ele se desculpava, dizendo que necessitava de unhas mais compridas porque lidava com folhas de papel... Mas era falta de tempo mesmo! A um amigo, certa vez, ele mostrou a situação de suas unhas dos pés: elas estavam tão grandes, que feriam os seus dedos... E, depois, principalmente nos últimos anos, não conseguia mais se abaixar para apará-las!             
Livro:   A Lei da Reencarnação
Carlos A. Baccelli, pelo Espírito Domingas