10/12/2014

Em Vigilância



Ouves a triste balada do sofrimento respingando apelos. 

Em tidas as vozes uma só voz: fome de paz. 

Este equivocou-se; aquele traiu-se; esse emaranhou-se na própria leviandade; este outro perturbou-se na ilusão; aquele outro, revoltado, investe contra si mesmo em desvario. 

A colheita é intransferível. Cada um dispõe da liberdade para semear onde, quando e como melhor lhe aprouver. 

Ninguém, porém, se eximirá a fazer a viagem de volta, recolhendo. 

Responsáveis pelos próprios feitos, estes fazem-se senhores austeros e graves, cobradores às vezes odientos e perversos, ou benfeitores amoráveis. 

Por esta razão, a vida é oportunidade que se sucede, uma após outra, favorecendo reparação. 

A cada instante podes modificar inteiramente o destino, graças à utilização boa ou má do ensejo que se te apresente em permanente convite. 

Não descoroçoes, pois, em tua lida. 

Assumiste um compromisso com Jesus. 

Não te promete Ele a Terra nem o triunfo barato que transita enganoso. 

Incita-te a uma grande violência: arrebentar as amarras das mentiras douradas, da ambição injustificável e da glória perturbadora. 

Em contrapartida, propõe-te o triunfo perene sobre as paixões que tisnam a beleza lapidar dos sentimentos, que um dia Lhe deves oferecer, neles refletindo a Sua paz. 

Nem receios, nem desconsiderações, nem o pavor que te pode induzir a uma sintonia negativa, nem a negligência que te conduza a atitude arbitrária. 

As lições conduzem uma finalidade: aprendizagem. E aprendizagem é uma experiência que deves insculpir em teu mundo íntimo a soldo de sacrifícios para a redenção; 

Policia-te. Não te permitas os sonhos utópicos ou os prazeres que te possam infelicitar no trâmite dos sorrisos iniciais para as tragédias culminativas. 

O crime passional começa entre os júbilos dos galanteios descabidos. 

O alcoolismo inveterado principia no aperitivo que, ao suceder-se, escraviza em inditosa embriaguez. 

O vício, sob qualquer aspecto em que se apresente, pode ser comparado à fagulha inocente capaz de atear incêndios terríveis. 

Sê jovial, não leviano. 

Cultiva o amor, não a vulgaridade. 

Faze-te afável, não perturbado pela emoção. 

Guarda a previdência, não a mesquinhez. 

Detém-te na vigilância, não na obstinação negativa. 

Jesus é, para todos entre nós, o exemplo. Na linha de comportamento, é o mediador. 

Equilíbrio seja o fiel das tuas aspirações. 






Autor: Joanna de Ângelis
Psicografia de Divaldo Franco. Do livro: Oferenda

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