08/12/2010

Resignação


Fonte: www.momento.com.br
Equipe de Redação do Momento Espírita,
com base no capítulo 24 do livro ‘Leis Morais da Vida

Há virtudes difíceis de serem adquiridas e cujo exercício é pouco compreendido.

A resignação é uma delas.

As criaturas levianas nem a vêem como algo apreciável.

Presas em suas ilusões, consideram a resignação apenas falta de forças ou de coragem.

Entendem que o homem sempre deve reagir violentamente contra qualquer circunstância que contrarie seus interesses.

Pensam ser indigno aceitar com tranqüilidade um revés.

Contudo, urge reconhecer que nem sempre é possível obter-se o que se deseja.

Muitas vezes nossos sonhos mais caros não se concretizam.

Ou então nossa tranqüilidade, tão duramente conquistada, é atingida por um infortúnio.

Há dificuldades ou contrariedades que podemos vencer, mas algumas vezes a vida responde a nossos apelos com sombra e dor.

Nessas circunstâncias, alguns encontram em seu íntimo forças para resignar-se.

Em face de situações constrangedoras, dolorosas e inalteráveis, a resignação é uma atitude que apenas os bravos conseguem adotar.

Trata-se da aquiescência da razão e do coração com um regime severo imposto pela vida.

O resignado não é um covarde, mas alguém que compreende a finalidade da existência terrena.

O homem nasce na terra para evoluir, para vencer a si mesmo e amealhar virtudes.

Justamente por isso, as dificuldades apresentam-se em seu caminho.

Algumas são contornáveis e outras não.

Às vezes, somente poderíamos sair de uma situação triste, prejudicando ou magoando um semelhante.

Como ninguém conquista a própria felicidade semeando desgraças, essa opção não é legítima.

Frente a um infortúnio inevitável, é necessário acomodar a própria vontade.

Impõe-se a consideração de que Deus rege o universo e jamais se equivoca ou esquece de algo.

Já nascemos inúmeras vezes e renasceremos outras tantas.

A vida é uma escola, na qual passamos da ignorância e da barbárie à angelitude.

Conscientes de nosso papel de aprendizes, convém nos dedicarmos a fazer a lição do momento.

Talvez ela não seja a que desejaríamos, mas certamente é a mais adequada às nossas necessidades.

Se a vida nos reclama serenidade em face da dor, aquiesçamos. A rebeldia de nada nos adiantará.

A criatura rebelde perante as leis divinas apenas torna seu aprendizado lento e doloroso.

Rapidamente ela se torna cansativa para seus familiares e amigos.

Ao fazer sentir por toda parte o peso de seu amargor, infelicita os que a amam.

Resignar-se não significa desistir da luta. Implica apenas reconhecer que a luta interiorizou-se.

Quem se resigna enobrece lentamente seu íntimo, ao desenvolver novos propósitos de vida.

Tais propósitos não se resumem a um viver róseo.

Eles envolvem a percepção e a aceitação de que temos um papel a desempenhar na construção de um mundo melhor.

Esse papel pode não coincidir com nossas fantasias.

Mas é uma bênção ser um elemento do progresso, mesmo com algum sacrifício.

Outras pessoas, mirando-se em nosso exemplo, podem encontrar forças para seguir em frente.

A resignação é uma conquista do espírito que vence suas paixões e atinge a maturidade.

Ele consegue manter a alegria e o otimismo, mesmo em condições adversas.

Ao enfrentar com tranqüila dignidade seus infortúnios, prepara-se para um amanhã venturoso.


Um comentário:

  1. Maravilhosa sua matéria sobre Resignação amiga Neusinha, o ser humano desejando, gradativamente vai lapidando suas imperfeições e em cada etapa adquiri suas virtudes necessárias para sua evolução. Um Feliz Natal querida com muita Paz e Luz.

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Muito obrigada pelo comentário!!