09/12/2008

Refletir nas páginas de nossas vidas...

"JUSTO É QUE SE GASTEM ALGUNS MINUTOS PARA CONQUISTAR UMA FELICIDADE ETERNA"
LEONARDO MACHADO

Dentre todas as modalidades de se fazer arte, inegavelmente viver é a mais bela e mais fascinante. De fato, as inúmeras situações a que somos levados a passar, as mil soluções que encontramos para driblar as dificuldades , bem como para saber caminhar nas facilidades, tornam-nos verdadeiros artistas da vida.Quando, porém, observamos a recomendação do Mestre Jesus - "Eu vim para que leas (as ovelhas, que somos nós)tenham vida e a tenham com abundância" - somos levados,de uma ou de outra maneira, a fazer uma reflexão sobre que tipo de vida estamos levando, qual obra de arte eestamos a desenvolver em nossos dias.Será que temos conseguido construir uma vida de abundante alegria espiritual?
Como seja, o fato é que os dias são páginas que escrevemos no livro de nossa existência. Assim, todos somos escritores, muito embora diferentes, já que também somos o personagem principal de nossas tramas. Neste sentido, é prudente aprendermos com os literatos de ordem convencional para podermos criar epopéias que se tornem um verdadeiro best seller.
Em um processo de criação literária, para se escrever bem, é preciso reler, constantemente o que se cria. Desta forma, consegue-se rever erros em frases e rearrumar o enredo, podendo-se, mesmo, reescrever aqailo que se julgue necessário.
De igual modo, no livro de nossa vida, indispensável é a releeitura diária das ações de nossos dias, que são as palavras que colocamos no papel dos nossos destinos. Diferentemente do escritor convencional, não temos a oportunidade de apagar as sentenças erradas que escrevemos, pois a caneta que utilizamos deixa a sua tinta grafada nos arquivos da consciência.Entretanto, se não podemos modificar o rumo da flecha depois que a atiramos, temos a oportunidade de limpar as feridas que ela causou pelo caminho.
Refletindo, portanto, constantemente, nas páginas de nossas vidas, conseguiremos escrever livros luminosos que poderão ajudar a outros indivíduos, também escritores, no rumo de suas reencarnações, cumprindo, assim, a recomendação do rabi da Galiléia: "Brilhe diante dos homens a vossa luz".
Não foi sem razão, pois, que Santo Agostinho, tecendo comentários a Allan Kardec, em torno do autoconhecimento, informou-lhes que, ao fim do dia, interrogava a própria consciência na busca de saber o que havia feito de certo ou de errado. Sobre isso, eis a exortação de Paulo de tarso: "Examinai-vos a vós mesmos se estais na fé; provai-vos a vós mesmos". "Examinai cada qual as suas obras".
Jovem, nas páginas que escreves em tua mocidade, não te esqueças desta imprescindível auto reflexão. O mundo pode até dizer "quem muito pensa, pouco faz", mas se esquece o mundo que quem muito faz sem refletir, cai mais facilmente em erros.
Não penses, ainda, que o teu livro não é lido ou é ignorado. Sem perceberes, possuis leitores diários assíduos, quer estejam sequiosos de aprendizado, quer estejam à procura da crítica. Mas, em geral, com as nossas atitudes, todos somos lidos rotineiramente.
Assim, se desejamos estar melhores amanhã, escrevendo desfechos de vida felizes, "justo é que se gastem algusn minutos para conquistar uma felicidade eterna".

Publicado na Revista Reformador - Dez/2008 - pags 36/37.